Várias vezes nós nos vemos diante de uma situação em que ficamos ansiosos, mas, assim que a situação se resolve, tudo volta ao normal. Porém, para algumas pessoas ansiedade é algo incontrolável. É um pavor constante que vai além do normal. Muitas vezes existe um motivo para a pessoa ter ansiedade, como um stress provocado por um fator externo ou algum conflito interno. São os casos de ansiedade exógena. Porém, existem situações de ansiedade em que não há nenhum motivo aparente, inclusive uma doença física para explicar o porquê da ansiedade. Esses casos são chamados de ansiedade endógena. Em geral os sintomas surgem espontaneamente, muitas vezes sob a forma de ataques de ansiedade. Aos poucos vão progredindo para verdadeiros ataques de pânico. Essas pessoas em geral são hipocondríacas, tem verdadeira fobia de frequentar lugares onde elas possam se ver em situações de pânico, bem como são inclinadas a usar álcool ou drogas para combater a ansiedade.

A ansiedade pode se apresentar de várias formas. Uma delas é o ataque de pânico, em que a pessoa de repente começa a apresentar um pavor exagerado em alguma situação, acompanhado de palpitação, sudorese e mal-estar, quando na verdade não existe nenhuma ameaça. É o caso daquelas pessoas que vão ao cinema e, de repente, começam a achar que o teto vai desabar, ou que as portas vão se fechar e ninguém vai poder escapar de lá, quando em realidade tudo está perfeitamente normal.

Outra forma de ansiedade é a ansiedade generalizada em que a pessoa fica constantemente desesperada, achando que algo de mal vai acontecer com ela, quando na verdade não há nenhum problema. Esses sintomas têm que durar pelo menos 6 meses para que a pessoa possa ser enquadrada nessa doença.

A ansiedade também pode se manifestar através da síndrome obsessivo-compulsiva. Nessa situação, a pessoa repete várias vezes o mesmo ato, pensamento, sentimento ou impulso, mas para ela ainda fica a sensação de que não completou o que tinha que fazer. É o caso daquelas pessoas que conferem inúmeras vezes se fecharam a porta da casa, ou lavam as mãos várias vezes, provocando até feridas, mas continuam achando que as mãos ainda estão sujas.

Outras vezes, a pessoa pode passar por um trauma e fica sentindo todos os maus momentos que passou durante o evento. Essa forma de ansiedade é conhecido como stress pós-traumático, que pode aparecer logo após a pessoa ter tido o trauma, ou pode ocorrer até 6 meses depois. A pessoa passa a relembrar o trauma repetitivamente, ter insônia, pesadelos, dificuldade para se concentrar, entre outros sintomas.

Algumas pessoas expressam suas ansiedades através de fobias. São conhecidas várias formas de fobias, como a claustrofobia( medo de lugares fechados), agorafobia( medo de sair de casa e ficar em público), fobias sociais( como o medo de ser ridicularizado em público) e outras.

CAUSAS
Com os avanços da medicina, tem-se descoberto que algumas dessas doenças são causadas por um desequilíbrio químico no cérebro. Assim sendo, a doença obsessivo-compulsiva parece ter relação com uma substância encontrada no cérebro chamada serotonina. Esses casos tem sido tratados com medicamentos que atuam na reabsorção da serotonina, como a clomipramina e a fluoxetina, com bons resultados.

SINTOMAS
Todos os casos de ansiedade apresentam sintomas psicológicos como apreensão, medo, desespero, sensação de pânico, hipervigilância, irritabilidade, fadiga, insônia e dificuldade para se concentrar. Além disso, apresentam sintomas físicos como taquicardia, dor de cabeça, tontura, diarréia, indigestão, vontade constante de urinar , falta de ar, boca seca, sudorese, pele fria, palidez e uma reação exagerada aos reflexos.

TRATAMENTO
O tratamento varia conforme a doença. Para a ansiedade exógena é aconselhável fazer psicoterapia, em que a pessoa passa a ter consciência daquilo que a está deixando ansiosa, bem como tentar resolver seus conflitos internos. Quanto mais consciência e interesse das pessoas em entender a si próprias, mais fácil fica o tratamento.


Dra. Helena P. Leite/Nossa Saúde