A indústria 4.0 é o nome dado para a quarta etapa da Revolução Industrial, e mostra como a tecnologia se tornou essencial para garantir que a produção nas fábricas pudesse ser em grande escala e com alto nível de qualidade. A partir da automação e troca de dados com o apoio de computadores e sistemas de rede, as grandes empresas diminuem o custo de mão-de-obra e aumentam a produtividade. 

A quarta etapa da Revolução Industrial se tornou possível por meio dos sistemas de conexão entre máquinas, pela Internet das Coisas (IoT) e de sensores utilizados em equipamentos. Dessa maneira, a integração dessas tecnologias permite que as máquinas possam se comunicar ao longo das operações industriais, o que facilita a produção e diminui a chance de erros.
Números divulgados pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) apontam que o avanço da indústria 4.0 no Brasil deve diminuir os custos nas fábricas em, pelo menos, R$ 73 bilhões por ano. Desse valor, R$ 35 bilhões correspondem ao ganho de eficiência, R$ 31 bilhões na redução de gastos de manutenção de máquinas e R$ 7 bilhões na diminuição no consumo de energia.
No Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estimou que, em 2018, 73% das grandes empresas contavam com o modelo de produção da indústria 4.0, mesmo que em implementação. A indústria 4.0 também permite a integração das empresas brasileiras em cadeias globais de valor.

Inteligência artificial, automação e transmissão de dados

Processos de produção em fábricas
A inteligência artificial se tornou uma importante aliada na otimização dos processos de produção nas fábricas. Por meio de hardwares e softwares cada vez melhores e com o avanço da capacidade dos computadores, a transmissão de dados e comandos pôde ser realizada de forma mais ágil e assertiva, garantindo eficiência na produção das empresas.

Na produção industrial, outro elemento importante é o big data, que é o conjunto de dados obtidos a partir do rastreio de informações de máquinas, que precisam ser processadas e armazenadas com grande velocidade, volume e variedade. O big data permite uma tomada de decisão correta nos processos automatizados.

A computação em nuvem é outro elemento importante para a automação e transmissão de dados, e se tornou uma grande aliada do setor de produção industrial. O modelo conta com servidores, redes e softwares, que garantem uma grande capacidade de armazenamento e cálculo em servidores hospedados fora das máquinas. Por meio desses dados, os responsáveis pela produção podem controlar processos e tomar decisões à distância.
A automação também ficou mais fácil por meio das tecnologias de conexão e redes. A robótica avançada, realizada a partir de dispositivos que agem de forma autônoma, aumenta a autonomia de máquinas que dependiam de várias pessoas.
Porém, para que todo o processo automatizado aconteça de forma segura, outro setor que se desenvolveu junto da indústria 4.0 foi a cibersegurança. Por meio de um conjunto de infraestruturas de hardwares e softwares voltados para a proteção dos ativos de informação, os dados que permitem o gerenciamento de máquinas podem ser armazenados e transportados com segurança pelos sistemas onde estão interligados.

A Internet das Coisas Industrial (IIoT)

Na indústria 4.0, a Internet das Coisas (IoT), que é o modelo de conectividade entre dispositivos e máquinas por meio da internet, ganhou um novo nome: a Internet das Coisas Industrial (IIoT). O segmento é voltado para as empresas que utilizam, cada vez mais, a tecnologia e conectividade no processo de produção.

Por meio da Internet das Coisas Industrial, os equipamentos, ferramentas e maquinários são conectados à internet, e plataformas e softwares realizam análises dos dados produzidos e coletados durante o processo industrial. Dentre os exemplos, estão o uso de sensores no chão da fábrica, as máquinas inteligentes e o industrial analytics, que é a união de ferramentas computacionais de big data e machine learning para realização de operações automatizadas.
Drones no campo
A utilização da IIoT nas fábricas possibilita o aumento da eficiência na produção. Em um mercado competitivo, a produção industrial, quando realizada de forma eficiente, melhora não apenas a produtividade, mas a participação da empresa no mercado. O modelo também permite o diagnóstico de problemas e ajuda na tomada de decisão dos gestores, por substituírem diagnósticos humanos por informações e relatórios confiáveis, garantindo melhores resultados.
O modelo da indústria 4.0, que surgiu na última década, conta com a união dos vários elementos tecnológicos que auxiliam grandes multinacionais e até empresas de pequeno porte a aumentarem resultados e diminuirem erros, garantindo segurança, economia e maior rentabilidade para um setor cada vez mais autônomo.
Bruno de OliveiraJornalista
Assessoria Inatel