Com recursos da engenharia de controle e automação, o Agro 4.0 revoluciona o processo de produção nas fazendas.

O avanço da tecnologia e da necessidade de otimizar a produção agrícola para abastecer e suprir uma demanda cada vez maior por alimentos exigiu o retorno de profissionais que antes atuavam apenas nos grandes centros urbanos. Programadores, engenheiros e técnicos acabaram tomando o caminho de volta para as fazendas com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento da agropecuária, que cresceu 10% em 2021, em relação ao ano anterior. O Valor Bruto da Produção Agropecuária atingiu, no ano passado, o índice de R$ 1,1 trilhão no Brasil, segundo o Ministério da Agricultura.

E para garantir o avanço da produção no Brasil, a união da agricultura e pecuária com a tecnologia se tornou, cada vez mais, uma realidade. Para aumentar o volume produzido e garantir maior rentabilidade, foi preciso otimizar processos e investir em mão-de-obra qualificada. E toda essa revolução fora das cidades resultou no que é conhecido como Agro 4.0.

O nome é uma referência à quarta etapa da Revolução Industrial, quando a tecnologia ganha como característica a conectividade remota entre dispositivos e máquinas. No Agro 4.0, métodos computacionais de alto desempenho permitem, por meio de rede de sensores, a comunicação entre os maquinários no campo, aumentando a produção. No novo modelo, a computação em nuvem auxilia no acionamento de dispositivos e máquinas à distância, além de garantir a captação de dados para gerenciamento remoto.

Automação no campo

Para garantir a otimização do processo de produção agrícola, os fazendeiros utilizam, cada vez mais, a tecnologia disponibilizada pela Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial, Big Data e Advanced Analytics. Dessa maneira, toda a logística pode ser automatizada, garantindo a diminuição do tempo de produção e um processo mais assertivo, o que possibilita redução de custos e de mão-de-obra.

Trator autônomo

Dentre os exemplos de ferramentas que garantem uma maior automação na produção agrícola estão os tratores autônomos. Os grandes equipamentos, que antes precisavam de alguém para dirigi-los, podem ser monitorados à distância e comandados por meio de um piloto automático. Os tratores utilizam de tecnologias como sistemas de GPS, comunicação, telemetria, sensores e câmeras que garantem que, mesmo sem alguém comandando a máquina de forma presencial, todo o processo aconteça de forma correta.

Outro exemplo é a irrigação autônoma por meio de sistemas inteligentes. O processo que garante a irrigação pode ser automatizado por meio de sensores e microcontroladores que garantem o manejo de toda a plantação. Os sistemas permitem que seja possível a tomada de decisão de modo que o manejo aconteça sem a necessidade de mão-de-obra no local da fazenda.

No campo, os softwares de gestão também auxiliam na gestão de equipamentos e pessoas. Os programas diminuem o uso de papéis, e garantem uma análise rápida e segura de toda a lavoura. Por meio desses programas, é possível mapear áreas grandes de forma mais ágil.

Somados, engenharia de automação e drones garantem a otimização de toda a produção agrícola

Drones no campo

Uma novidade mais recente da tecnologia aplicada ao campo é o uso de equipamentos como os drones, que são veículos aéreos não tripulados e controlados de forma remota. Os drones permitem a realização de atividades como captação de fotos e vídeos e até ações de alta complexidade.

Hoje, os drones podem realizar o monitoramento constante de tudo que acontece na plantação. Os responsáveis pela área podem verificar, por meio de imagens coletadas pelos drones, se há ou não doenças e pragas afetando a produção, o que auxilia na tomada de decisão na aplicação de insumos.

A novidade permite ainda que os insumos sejam distribuídos de forma remota, sem o auxílio de mão-de-obra. Os drones podem carregar grandes quantidades de fertilizantes e, ao sobrevoarem a área da plantação, podem distribuir, sem desperdiçar, o produto que garante uma maior qualidade na colheita. Os veículos autônomos também podem pulverizar a plantação, permitindo o combate às doenças.

Com o avanço do sinal de internet no campo, o monitoramento remoto ficou mais fácil, e uma nova revolução aconteceu nas fazendas. Todo o processo pode ser otimizado e os resultados ao final evitam o desperdício e maior controle sobre o que está sendo entregue na mesa do consumidor.

Bruno de OliveiraJornalista
Assessoria Inatel